Relatório do Intercâmbio I&V 2019-2020: Um Panorama sobre estudar no exterior
Para preparar o Relatório do Intercâmbio I&V 2019-2020, o Intercâmbio & Viagem interagiu com mais de 350 mil viajantes e intercambistas, facilitando a vida de mais de 13 mil pessoas que planejaram fazer seu intercâmbio.
A divulgação das informações visa compartilhar aprendizados do Intercâmbio &Viagem e difundir ainda mais o intercâmbio como um caminho rico para evoluirmos como cidadãos e sociedade.
Acreditamos que programas de educação no exterior mudam vidas, a partir de educação formal e também de experiências únicas de interação com culturas diversas em todos os âmbitos (história, gastronomia, língua, costumas etc.), que aproximam as pessoas e possibilitam melhores soluções para o planeta como um todo.
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Resumo Executivo do Relatório do Intercâmbio
- Quase 2/3 dos intercambistas são mulheres
- Mais 70% dos intercambistas estão fazendo a sua primeira viagem para o exterior
- + de 3/4 das pessoas embarcam sozinhas para estudar no exterior
- + de 80% das pessoas que buscam educação no exterior são maiores de idade
- Quase 1/4 dos interessados em intercâmbio tem mais de 30 anos, sendo que a proporção de maiores de 35 anos procurando intercâmbio mais que dobrou de 2016 para 2019
- Estado de SP concentra mais de 40% da demanda, sendo que a capital representa aproximadamente 15% da demanda de todo o Brasil.
- Aprender inglês segue sendo o maior objetivo para mais de 70% dos interessados
- Em mais de 50% das vezes, o intercambista busca opções em que ele possa trabalhar enquanto estuda
- Canada, Irlanda e Estados Unidos são os destinos mais procurados
- Estudantes aceitam comprar digitalmente e à distância, mas ainda há uma preferência por lojas físicas
- 10% dos intercambistas fecham seus programas sem a ajuda de uma agência
- O último quadrimestre do ano é o principal momento para planejar o intercâmbio
Infográfico – Relatório do Intercâmbio 2019-2020
Análise do Relatório
Além do levantamento dos dados, buscamos entender um pouco mais sobre o contexto dos intercambistas e das agências de intercâmbio. Desta forma, poder cruzar e validar ou criar hipóteses sobre os dados coletados.
Os números foram colocados a luz do contexto e do conhecimento do mercado para poder trazer uma informação mais concreta ao stakeholders e ao público geral.
Perfil do Intercambista
O principal entendimento sobre o perfil do intercambista é a soma de duas informações:
- 72% deles nunca viajaram para o exterior antes
- 77% deles estão indo sozinhos
Isso, por si só, já é um fator relevante. Porém, ele ainda se soma ao fato de que um programa de estudos no exterior envolve um investimento médio acima de R$ 10,000, valor expressivo para grande maioria da população brasileira.
Além disso, o intercâmbio ainda é algo pouco difundido no Brasil, o que faz com o que nível de conhecimento no assunto seja ainda mais baixo. O intercâmbio vem crescendo e se aproxima de 500 mil programas por ano, entretanto existe um novo público de classe média (média-média e média-baixa) tendo acesso à viagens internacionais.
Curiosidade: as mulheres são as que mais buscam intercâmbio e são quase 2/3 do total 🙂
Todos estes quesitos, fazem com que a venda do intercâmbio demande uma proximidade das agências, que atuam como consultoras na escolha do programa de estudos.
Perfil – Idade do intercambista
Ao longo dos anos o intercâmbio vem se difundindo, entretanto, ainda há um sentimento de que este tipo de viagem é para jovens e adolescentes. Tanto que muito blogs e canais falam sobre o tema “estou velho para isso”.
Por outro lado, já é possível ver uma mudança significativa na idade do intercambistas. Além de 82% deles já serem maiores de idade, há um crescimento rápido entre os estudantes com mais de 30 anos, que atingiram quase 25% do total em 2019.
Este fato, na opinião e experiência do Intercâmbio & Viagem, une duas coisas:
- A necessidade aprender um novo idioma, já que não pôde estudar antes e talvez isso seja um empecilho na carreira
- A capacidade financeira de decidir e pagar pelo curso
Conforme vem a maturidade, a necessidade do idioma (ou de outro curso no exterior) se torna mais latente na carreira e nos anseios das pessoas. Ao mesmo tempo, elas já começam ter mais acesso e condições financeiras para arcar com um programa no exterior.
Observamos também um aumento significativo na busca de intercâmbio por maiores de 45 anos, muitas vezes já aposentados, mas que querem ter esta experiência.
Curiosidade: a cidade de São Paulo sozinha, concentra cerca de 15% da demanda de intercâmbio no Brasil, enquanto tem apenas ~5% da população nacional
Tipos de Intercâmbio
A grande maioria (57%) dos intercambistas busca opções para estudar e trabalhar ao mesmo tempo. Porém, é de conhecimento dos agentes do mercado de educação internacional, que apenas alguns cursos dão acesso a visto de trabalho e que estes programas normalmente são de longa duração (acima de 3 meses).
Abaixo está o ranking dos programas de intercâmbio mais buscados.
- Inglês + Trabalho
- Inglês
- Ensino Superior e Técnico
- Espanhol
- High School (Ensino Médio)
- Outros (principalmente outros idiomas como francês, alemão e coreano)
- Programas de Férias
- Au Pair
Curiosidade: a busca por cursos de Inglês com acesso a trabalho são de mais de 40% do todo
Consolidando os tipos de programas, observamos que mais de 80% dos estudantes procuram aprender um idioma (inglês, espanhol ou outros).
Duração do Programa de intercâmbio
Ao analisar os dados, decidimos fazer um destaque para a duração do intercâmbio, visto o aumento da procura de cursos de curta duração (até 3 meses).
Ao longo dos último 4 anos, vem crescendo a demanda por cursos menores, sendo que em 2019 esta tendência se acentuou, como podemos ver no gráfico abaixo.
Para quem analisar o relatório completo, ainda poderá ver que o grande responsável por este avanço foram os cursos de 1 mês ou menos, que saíram de aproximada 20% para 30% no período.
Nossa análise é que este momento é uma representação clara do nosso contexto econômico de desvalorização do real, aumento do desemprego (até início de 2019). Estes fatores fizeram emergir o seguinte comportamento:
- Os intercambistas não deixam de viajar, mas optam por cursos menores e mais baratos
- As pessoas não estão confortáveis de deixar o emprego para fazer um curso de maior duração no exterior, pois tem receio de não conseguir se empregar quando voltar ao Brasil
Destinos Mais Procurados
Houve uma mudança significativa nos últimos anos em relação aos destinos mais procurados. Dois fatores são preponderantes para isso:
- Acesso facilitado ao visto e a visto de trabalho
- Preço do intercâmbio
O Canadá se tornou o destino mais procurado para fazer intercâmbio pois soma os dois aspectos citados acima, além de constantemente estar na mídia dizendo que aceitar profissionais qualificados querendo imigrar.
Outro país que cresceu muito, foi a Irlanda, que se tornou a principal opção para quem quer ir para Europa por ter possibilidade visto de trabalho enquanto estuda na ilha da esmeralda.
Os EUA seguem como uma das principais opções e é ainda para muitos o primeiro destino que vem à cabeça.
Principais destinos por tipo de programa de estudos
Para explicar melhor, dividimos os destinos em função dos tipos de intercâmbio mais procurados.
Como Compram
Como vimos no Perfil do Intercambista, é um público iniciante em viagens internacionais e que precisa de ajuda das agências para aprender mais sobre os programas e tomar melhores decisões.
Dois dados que demonstram isso, é o investimento estimado dos estudantes (aprox. 48% esperam gastar até R$ 10 mil) e a intenção de pagarem tudo a vista (quase 33%).
Em análises com os parceiros do I&V, identificamos que o ticket médio é na verdade R$ 15 a 20 mil e que pouca gente faz o intercâmbio “a vista”.
Curiosidade: estudantes pretendem embarcar para o intercâmbio, em 63% das vezes, em menos de 1 ano
O relatório demonstra também que os intercambistas ainda preferem agências que tenham lojas físicas. Quase 1/3 deles está decidido a fechar a viagem em uma loja e 44% preferiam que a agência tivesse lojas físicas.
Ao mesmo tempo, cerca de 10% dos intercambistas já fecha seu programa diretamente com a escola no país de destino, o que é um volume relativamente alto, pois requer toda comunicação no idioma local e alguns trâmites burocráticos diferenciados.
Fontes e Metodologia
Os dados foram coletados em 3 canais do Intercâmbio & Viagem
- Dados de leitores cadastrados com interesse em intercâmbio: 13,700 em 2019 e 49,000 entre 2016 e 2019
- Pesquisa de Opinião 1 de 2019 – 332 Respondentes
- Pesquisa de Opinião 2 de 2019- 575 Respondentes
Além disso, foram utilizados dados externo divulgados na Pesquisa BELTA para extrapolação.
Relatório Completo
Conclusão
Programas de educação no exterior vem crescendo gradualmente no últimos anos, apesar da recessão econômico. É verdade, que parte deste crescimento também é alimentado pela vontade de emigrar, em meio ao caos brasileiro.
Com o aumento da informação, esperamos reduzir o receio de se fazer um intercâmbio, ao mesmo tempo que conscientizamos para um planejamento financeiro e pessoal mais adequado.
Cada intercâmbio muda uma vida. Com mais acesso e troca de informações, poderemos mudar as sociedades como um todo.