Nessa crise, ainda dá para fazer intercâmbio?
É bem verdade que o dólar subiu demais e que as coisas apertaram para quem queria ir para fora do Brasil. Mas de quanto foi este impacto? Quais são as perspectivas para quem estava se planejando para ir nos próximos meses?
Comparado com seis meses atrás (veja meu levantamento aqui), o dólar subiu cerca de 20%, de 3,19 em março para 3,85 dia 10/9 (isso na bolsa de valores, claro), e comecei a refazer alguns cálculos utilizando o exemplo da Irlanda (destino do meu intercâmbio, especificamente Dublin), com um curso de um ano. Há 6 meses, era possível contratar um pacote (curso, estadia das primeiras semanas e seguro) e a passagem por R$ 9 mil reais, agora um pacote similar com a passagem vai sair aproximadamente R$ 11 mil.
Neste caso, o aumento do dólar foi totalmente repassado para o custo dos pacotes (20% de aumento), MAS levando-se em conta que o dólar vai subir ainda mais (dizem os especialistas), isso quer dizer que os preços dos pacotes vão aumentar ainda mais também? Eu penso que não e explico o porquê!
Os dois principais fatores dos pacotes de Intercâmbio são Curso e Passagem aérea. As passagens aéreas, vem passando por um fenômeno de promoções que eu nunca tinha visto na vida e apesar da subida do dólar é possível comprar passagens para o exterior (principalmente EUA) mais baratas do que um ano atrás quando o dólar era 40% menor do que hoje.
Na mesma onda acredito que virão as escolas e agências. Neste ano o impacto ainda está sendo menor para eles, pois quem já tinha se programado, iniciado as economias, largado emprego, etc. dificilmente voltou atrás. Quem está disposto a ir, nessa situação acelera, e não diminui a velocidade. O que vai acontecer é que em 2016 com dólar estabelecido a R$ 4 e pouco, o sonho do intercâmbio vai parecer distante… Com isso, menor será a demanda, e se quiserem manter novos alunos chegando, precisarão baixar também os preços. O fato de baixarem os preços não significa que vai ficar mais barato que agora, significa apenas que vão diminuir o lucro deles para garantir que vão conseguir vender alguma coisa, afinal, se por um lado o câmbio pressiona preço para cima, a queda da demanda pressiona o preço para baixo…
Finalizando… mas qual é a conclusão com tudo isso?
Por vezes eu já escrevi aqui e reitero: sempre o melhor momento de se fazer uma viagem – principalmente de intercâmbio – é o momento em que você tem a vontade borbulhando dentro de você. Não vou ser leviado e dizer que este 20 ou 30% de diferença no preço do intercâmbio não é algo importante, mas mais importante que isso é traçar um plano de fazer a sua viagem e fazê-la o quanto antes, antes que arrume uma namorada, antes de consiga um emprego melhor, antes que o dólar suba mais ou antes que surja qualquer outra desculpa honesta para prorrogar esta empreitada que é de fato insubstituível e que não tem hora melhor para fazer do agora!
Então economize mais um pouco e te vejo na sala de embarque!