Por que as pessoas não voltam do intercâmbio?
Por que as pessoas que vão para o exterior, seja para um intercâmbio ou para emigrar, não voltam?
São muito os motivos que fazem as pessoas voltarem, como família, amigos, carreia etc. Porém, quem decide ficar ou então carrega aquele gostinho de quero mais, é um pouco mais sutil e as pessoas tem até dificuldade de explicar.
Este vídeo no nosso canal do Youtube tenta explicar um pouco mais deste sentimento, desta vontade que acaba fazendo com que muita gente nunca mais volte para o Brasil.
VÍDEO: Por que as pessoas não voltam (ou não querem voltar) do exterior?
1) Sinceridade
Nós, brasileiros, somos bastante “políticos” e muitas vezes preferimos meias verdades à ir direto ao ponto para dizer o que precisa ser dito.
O que por um lado parece bom, muitas vezes acaba reduzindo a “transparência” nas relações. Temos dificuldades de dizer o que de fato queremos e o que de fato sentimos em relação às pessoas.
Já nos países de destino de intercâmbio, ou nos de primeiro mundo em geral, as relações são mais diretas ao ponto, sem o famoso “mimimi”.
2) Confiança
São dois pontos relevantes. O primeiro é a confiança que se tem nas pessoas, que umas estão de fato cuidando das outras. O segundo, é o funcionamento geral das coisas, como por exemplo um ônibus que chega e sai exatamente no horário programado.
Isso gera uma sensação de confiança no todo, de que as coisas vão funcionar, reduzindo o estresse e o medo.
3) Senso de comunidade
Outro fator é o senso de comunidade, ou seja, o fato das pessoas se ajudarem em função de um bem maior. Em alguns países é comum as compras de segunda mão, assim como é comum se juntarem para fazerem uma melhoria na região que moram.
Outros lugares ainda, pessoas da comunidade (e não o governo) são responsáveis por desatolar pessoas da neve, como foi o meu caso na Islândia.
4) Cada um cuida da sua própria vida
Andar pelas ruas da Europa, ou do Canadá, principalmente, é uma experiência sutilmente diferente. Ao longo do tempo no meu intercâmbio na Irlanda cada vez mais percebia que as pessoas não ficavam julgando umas as outras…. Além disso, quando isso acontecia, o ser “julgado” mandava um “dane-se” e a vida seguia.
5) Trabalho, desemprego e poder aquisitivo
A diferença de salários e o que se consegue fazer com os salários de um gerente, de um garçom, de um contador etc. obviamente existe, mas todos eles tem acesso às mesmas coisas. Guardadas as devidas proporções, todos podem viajar ou comprar um carro.
Além disso, o medo de ficar desempregado é muito menor, além do fato de que “qualquer emprego é digno”, coisa que muitas vezes fica bastante confusa quando conversamos aqui no Brasil.
6) Boa fé!
Com tudo isso e com a sinceridade / transparência que citei no início as relações humanas ficam mais suaves, pois se baseiam na boa fé. Se alguém cometeu um erro, é mais fácil confiar que foi um acidente, algo ocasional, em vez de uma ação maldosa, mal intencionada.
Conclusão: NÃO MEDO!
No final das contas, as pessoas dão as explicação de que a “qualidade de vida” é muito melhor e existem até números, rankings para provar isso. Porém, mais importante que um número ou um ranking é o sentimento real de que se pode fazer as coisas sem medo de:
- Andar na rua a noite
- Perder o emprego e não conseguir pagar as contas
- Ser passado para trás por alguém
- Ser fechado no trânsito de propósito
É a paz de espírito, é a tranquilo, é a vida sem estresse… é o Não Medo, conceito que aprendi recentemente e que faz todo sentido neste contexto.
Viver sem medo, melhora sua capacidade de fazer as coisas, reduz o estresse e pode até aumentar a sua expectativa de vida. Por isso, e por outras coisas, tanta gente não volta do intercâmbio!.