Porque voltei do meu intercâmbio 10 anos atrás… E o que faria hoje!

Meu intercâmbio em Dublin foi, como é para quase todo mundo, uma experiência incrível, insubstituível. Mas então, por que voltar?

Para quem vê de longe, através do Facebook, o intercâmbio parece uma jornada perfeita. Para quem fica, há sempre a impressão de que a pessoa nunca mais vai voltar. Eu tenho amigos que estão fazendo intercâmbio hoje e a sensação é exatamente esse. E quando voltei, não foi diferente… Não me lembro quantas vezes tive que explicar porque voltei do meu intercâmbio em Dublin.

Bom, porque voltei do meu intercâmbio…

Eu sempre digo a quem vai fazer um intercâmbio: tenha um PROPÓSITO! Não importa qual seja: mudar-se do país, tentar juntar um dinheiro, aprender o idioma, casar com um gringo… Não importa, acredito que a coisa mais importante que alguém tem a fazer na hora de planejar um intercâmbio é entender o “porquê” daquilo!

Meu propósito era muito claro na minha cabeça: experiência de vida. Eu queria conhecer coisas e pessoas novas… Queria me colocar em situações imprevisíveis. Queria ganhar maturidade. Queria conhecer novos países. Fui para lá um moleque… voltei homem (ou pelo menos um moleque melhorado hehe)!

Quando chegaram os últimos 2 ou 3 meses eu tinha uma decisão a tomar – em meio a maior crise que a Irlanda já viveu (em 2008/2009):

  • Torrar as economias que deixei no Brasil para renovar o visto na Irlanda e prolongar o sonho do intercâmbio por mais um ano
  • Ou voltar ao Brasil e começar uma nova história com a bagagem que contruí em Dublin

Lóóóóógico que o aspecto financeiro pesou. Eu basicamente ia zerar minhas reservas no Brasil e o mercado de trabalho na Irlanda não estava animador, nem mesmo para os garçons imigrantes.

Caos na chegada a casa que alugamos em Dublin, Irlanda
Caos na chegada a casa que alugamos em Dublin, Irlanda

Mas o fator decisivo foi o propósito, eu já tinha:

  • Aprendido que louça e roupa não se lavam sozinhas. E também que o lixo não sai andando do banheiro.
  • Passado por várias angústias. Errado. Me desculpando. Superado
  • Viajado para mais de 10 países
  • Conhecido muita gente
  • Aprendido muuuuito sobre a cultura européia (não só a história, mas a visão de mundo deles)

Enfim, eu já tinha conseguido o que queria quando decidi pelo intercâmbio… Prolongar, não era a melhor opção…

…um sentimento que incomoda…

Perplexo na Irlanda
Perplexo na Irlanda

Arrependimento… Esta parece ser a primeira análise, bem assim, no calor da emoção! Meus melhores amigos estão morando fora do país… tomaram decisões diferentes e estão super felizes onde estão. Eu poderia estar lá com eles!!

Rola uma inveja né?

Rola uma pergunta:

Será que eu fiz a coisa certa?

Mas a resposta é simples…

Tomei a melhor decisão com as informações que eu tinha naquele momento. A nostalgia é imeeeeeensa…. O arrependimento, é NULO!

…e, finalmente, o que eu faria hoje!

Aquele frase clichê “eu sai do intercâmbio, mas o intercâmbio não saiu de mim” é a mais pura verdade. E acontece para 80% das pessoas… você também vai sentir saudades, porque vai ser bom demais! E você, assim como eu, vai virar embaixador do intercâmbio.

Mas se eu pudesse voltar no tempo, tipo John Connor no Exterminador do Futuro, e aconselhar o Homero de dezembro de 2009, com 25 anos, eu diria:

VOLTE!

É impossível dizer como seria a minha vida se eu tivesse ficado mais um ano… Ou se na verdade isso significaria não voltar mais.

Se o Homero de hoje estivesse na Irlanda, provavelmente ele ficaria… Mas este cenário, simplesmente não existe, e a minha gratidão é eterna por tudo que vivi no intercâmbio! 🙂

Eu e o Nial, meu Housemate Irlandês, no Intercâmbio em Dublin.
Eu e o Nial, meu Housemate Irlandês, no Intercâmbio em Dublin.

 

Homero Carmona

Blogueiro desde 2008, ano em que fez seu primeiro intercâmbio e começou a viajar por aí! Atualmente coleciona mais de 40 países no seu passaporte e sonha conhecer todos os 200 e poucos por este mudão a fora... Seu hobby é fazer com que mais gente viaje, todo dia, cada dia mais!

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