Roteiro de Viagem: 18 dias no Japão
Ao planejar sua viagem para o Japão, logo de cara virão algumas certezas quanto as cidades que irá visitar, mas muitas outras dúvidas surgirão.
Neste Roteiro de Viagem no Japão, a intenção é listar as principais cidades e dizer o porque fui ou não fui para cada lugar, colocando na minha ordem de prioridade! Pois, se preparar para visitar lugares famosos ou comuns já é complicado, imagine então planejar uma viagem para o Japão! Se você está nessa, eu sei bem o que você vai passar.
Primeiro, é uma viagem tão longa e difícil de se repetir, tem que ser muito bem aproveitada. Segundo, talvez algum lugar de interesse você não ache coisas em inglês – nem cogite espanhol ou português. Por fim, cada dia vai descobrir algo inusitado e vai querer descobrir como “enfiar” na sua agenda.
Aqui minha sugestão de destinos, e veja aqui detalhes dos custos da minha viagem sozinho para o Japão e as fotos do Japão!
Tokyo (Tóquio) – três ou quatro dias
Abrindo a lista a capital é uma das maiores cidades do mundo, não pode ficar fora. Para os mais apressados três dias são suficientes. Para aqueles que quiserem descer um pouco mais nas entranhas da cidade, como museus do centro ou vida a noturna de Roppongi, é bom adicionar o 4.o dia.
Aaaaaaaaahh… é muita grande, é muita coisa, principalmente se for fazer compras: Shinjuku, Shibuya, Odaiba, Akihabara, Ueno, Roppongi, Harajuku, Asakusa, etc., etc…. Apaixonado por vistas panorâmicas, nada como o Skytree.
Kyoto (Quioto) – 3 ou 4 dias
Para quem gosta de Templos, Kyoto é o paraíso. Um mais lindo que o outro e com suas peculiaridades. Além, claro, de um Castelo e um Palácio, bairro de compras e um clima excitante pelas ruas!
Para quem quer mesmo conhecer templos, conheci quem ficou seis dias em Kyoto, e quiçá, não conheceu tudo!
Hiroshima – um ou dois dias
Por toda história da guerra e da bomba, é um local imperdível no Japão. O Memorial e o Museu da Bomba Atômica, são lindos e muito interessantes. A cidade ainda tem o museu de arte e um castelo que parecem bem legais mas não pude conferir, fiquei apenas um dia, de manhã fiquei em Hiroshima e na parte da tarde fui a Miyajima.
Okinawa (Naha) – dois ou três dias
O arquipélago bem ao sul da ilha principal – duas horas de avião de Osaka – é considerado o Havaí japonês e tem praias e ilhas espetaculares, além de alguns templos e castelos que valem a visita. Para fechar, tem um Outlet, que sobrando um tempo, vale a visita.
Pus dois ou três dias, mas para quem quiser ir a fundo, é possível ficar uma semana ou mais e ainda estar conhecendo praias e ilhas novas e lindas! Por outro lado, para turistas de fora, Okinawa não está entre as prioridades.
Nara – um dia
Antiga capital do Japão durante o “Nara Period” (coincidência não?) é uma simpática cidadezinha que tem alguns templos incluindo o renomado Todaiji, que tem o maior Buda “indoor” do mundo. Vale demais a visita!
Fuji – um ou dois dias
Para quem quiser ver o sol nascer no topo do Monte Fuji, vai ter que fazer a escalada durante a noite e isso de cara vai lhe custar dois dias. Acabei indo em outubro e o clima não estava propenso – ventos tornavam o passeio perigoso. Além disso, as estações de descanso abrem apenas em Julho e Agosto. Fora desta época não tem muito local para descanso e montar barracas é proibido!
Para compensar, dá para dar um pulinho no divertido Fuji-Q, parque de diversões! O meu plano era fazer os dois em dois dias, não deu… no verão daria.
Nikko – um ou dois dias
A simpática e linda cidade tem três grandes templos e uma vista pitoresca de uma tal de Ponte Sagrada. Além disso, o local é abrigo para Ryokans (hotéis típicos) e termais, então para quem quiser relaxar, é uma boa pedida também!
Himeji – um dia
A cidade abriga o principal Castelo do país e só por este motivo vale a visita que pode durar tanto quanto uma tarde.
Castelo de Himeji
O castelo fica, não coincidentemente, na cidade de Himeji, uma hora de trem ao sul de Osaka. Muita gente inclusive usa a cidade de Osaka como “hub” para conhecer várias das atrações próximas, inclusive, o próprio castelo de Himeji. Isso porque há muito mais na cidade e dormir ali pode parecer um disperdício. No meu caso, eu saí de Osaka, passei por Himeji, e depois peguei o Shiinkansen para Hiroshima.
O castelo, acredita-se, tem sua origem em um forte que foi construído ali em 1333, mas ele foi efetivamente construído em 1581, como um presente. Em 1600-1609, foi construída a última parte, para ele ficar finalmente com o layout que tem hoje. Em 1964 foi feita uma grande reforma de manutenção, e em 2011 começou uma nova revitalização que será concluída apenas em 2015. Por conta disso, a construção principal do castelo está fechada… MAS, mesmo assim vale a visita, pois todo o complexo é muito bonito e a história interessante – este foi um dos poucos lugares onde tinha “bastante” explicação em inglês.
Além disso, arrumaram uma solução inteligente: você pode visitar a reforma, e tem explicações bem legais, além de você poder ver alguns detalhes da obra. Outra coisa legal, é que na “exposição da construção”, a visão que você teria do último andar, é possível ter do 8.o andar da exposição.
Como estava vazio, não mudou muito minha vida, mas acredito que é interessante se previnir, principalmente em alta temporada. A entrada custa 400 ienes, caso queira visitar a exposicão do castelo principal, paga-se 200 ienes adicionais – não faz nem sentido não entrar, é muito legal. Na baixa temporada funciona das 9 as 16h, na alta, fica até às 17h. O passeio todo, dura de 60 a 90 minutos.
Vale dizer, a caminhada da estação de trem até o castelo (10 – 15 minutos) pela avenida principal de Himeji, é bem agradável, além da entrada do local ser muito bonito também.
Miyajima – um dia (ou menos)
Aproveitei a ida a Hiroshima que fui pela manhã e fui para tarde para ver o pôr do sol em Miyajima, já com a maré subindo, molhando os pés do enorme Torii. Visita inesquecível, pela caminhada ao topo do Monte Misen e pelo pôr do sol no Itsukushima Shrine.
Matsumoto – um dia
Para os cidadãos comuns como eu, um dia é suficiente para conhecer o castelo de Matsumoto, segundo castelo mais importante do Japão e aproveitar um banho relaxante e “cômico” – pelado, com um monte de japonês – em um Onsen / Hot Spring da cidade.
Para os aventureiros, a cidade fica próximo a Nagano e aos Alpes. Opções de escalada e outros esportes de aventura não faltam na região.
Kamakura – um dia
A cidadela fica a uma hora de Tokyo e vale a visita pelo gigante Daibutsu (Buda) e pelo belo templo da cidade. Havendo restrição de tempo, passa a ser dispensável, apesar de ser um passeio muito agradável!
Osaka – dois dias
Acabei não indo para Osaka por preferir aprofundar em Kyoto e Tokyo, mas pelo que pesquisei e conversei com outros mochileiros, dois dias é suficiente para conhecer a cidade e principais atrações. Assim como Kyoto, é um bom “hub” para dormir e conhecer a região, como Kyoto e Nara.
Passei só um noite lá. Muito especial diga-se de passagem… o motivo, abaixo!
Outras opções:
- Nagano, para esquiar
- Nagashima, para montanhas russas
- Hokkaido, para explorar o interior e talvez esquiar
- Kanazawa para o templo ninja
- Oagasara Islanda para mais praias
- https://www.japan-guide.com/e/e623a.html para TUDO sobre viajar no Japão
JR Pass – Vale a pena para viajar pelo Japão?
Quando do se está pesquisando sobre ir ao Japão, logo se encontra o JR Pass – Japan Rail Pass. Mas o que é isso? Japan Rail é a maior operadora de trens em todo Japão, e com este passe você poderá usar toda a sua malha ferroviária, seja municipal ou intermunicipal, e até mesmo alguns ônibus. Além disso, no JR Pass, você pode reservar assentos, sem custo adicional para quase todos os trechos. Se não, basta embarcar e procurar um assento nos vagões dedicados ao passageiros sem reserva.
O JR Pass não pode ser comprado no Japão, o que significa que você tem que comprar antes de chegar lá! Aí, quando chega no aeroporto, vai até o escritório da JR, retira o passe, que tem o formato, material e tamanho inconveniente abaixo… hehe
Agora, indo direito ao ponto:
SIM, VALE A PENA O JR PASS!
Mas calma, isso não quer dizer que vale para todo mundo, sempre! É bom fazer suas contas, principalmente se você não tiver planos de conhecer muitas cidades diferentes, ou então não fazer viagens muito longas. Exemplo, ficar no eixo Tokyo, Osaka e Kyoto. Neste caso vale fazer contas.
No meu caso, fui para doze cidades diferentes em dezoito dias, e comprei o passe de vinte e um dias – existem três opções: 7, 14 ou 21 dias, veja os preços no site oficial da JR. Quando fiz as contas, o valor saia quase elas por elas em termos de valores, mas é necessário colocar em conta:
- Na minha estimativa inicial, não havia colocado os trens municipais nem ônibus que utilizei. E em Tokyo, usa-se MUITO, MUITO! Acho que não seria exagero dizer que sem o JR Pass, teria gasto 10.000 ienes em quatro4 dias em Tokyo.
- Grande parte dos trechos, você pode fazer reserva e não tem custo. Quando fiz o comparativo, nem considerei o valor de reserva. Considerando este valor, nem precisa fazer muita conta.
- Os trens bala (Shinkansen) estão inclusos. Existem outros “passes livres”, mas só os da JR dão direito ao trem bala.
- A COMODIDADE É IMPAGÁVEL!!! Basta chegar na estação e pegar o trem. Se perder este, pega o próximo, até mesmo para os trens bala… sem dor de cabeça! Nos trens municipais, nada de sofrer para saber o preço que é para cada destino, Fare Adjusment etc., entra e seja feliz também!
O que não está incluso no JR Pass:
- Passagens de trens intermunicipais de outras companhias – às vezes tem trechos importantes, como por exemplo para o Monte Fuji, em que não se pode chegar só com JR.
- Passagens de trens e metrô municipais de outras cias. Em alguma cidades, como Kyoto, tem outras duas cias de tren/metrô, ou seja, bagunça na certa e pouco uso para o JR Pass.
- Ônibus – de maneira geral os ônibus não são da JR, mas vale ficar de olho, um ou outro sempre é. De qualquer forma, existem passes diários, de dois dias ou até semanais para estas cias de ônibus e metrô.
Comentários e curiosidades do Japão
- Nas ilhas principais, só se viaja de trem. Seja os Shinkansens (trem bala) ou trens comuns mesmo.
- Todos sabem da fama de disciplina e respeito, mas chegando lá você vê o que realmente é outro patamar de sociedade.
- Variação do mesmo tema, a hospitalidade nipônica é muito diferente.
- Se em Tóquio trens e metrôs são abundantes, em outras cidades pode ser necessário usar ônibus, que tem um funcionamento peculiar. Táxi no Japão é caro às tampas!
- Pagar a conta, também é diferente. Não se dá gorjeta.