A volta do meu intercâmbio em Dublin, Irlanda

Meu intercâmbio em Dublin foi certamente das melhores coisas que já fiz na vida. Por isso, a volta também foi um momento muito marcante!

Tudo muito, muito estranho! Mas é assim que as coisas acontecem mesmo, mas o mais importante é o gostinho de quero mais no final, mesmo estando satisfeito… A volta do intercâmbio em Dublin foi estranho, assim como foi o da Carla, assim como será o seu!

Foram quase onze meses vivendo em Dublin e aproveitando o melhor intercâmbio!

  • 10 meses na mesma casa
  • Quinze dias na Casa de Família (na chegada)
  • 12 países
  • Mais de 20 cidades
  • Incontáveis amizades
  • Incontáveis noites (e dias) inesquecíveis
  • E aprendizados….  Não dá pra falar, até umas palavras em POLONÊS eu comecei a arriscar e lembro até hoje!

Mas e a volta do intercâmbio em Dublin…

Minha festa de despedida em Dublin
Minha festa de despedida em Dublin

É difícil deixar tudo pra trás, ainda mais difícil que deixar o Brasil em primeiro lugar. Ir para a Irlanda é difícil porque são os investimentos de uma vida inteira… E voltar, é mais difícil porque significa transformar em passado o sonho que os investimentos da sua vida realizaram.

Bom, depois disso, o que resta? Ficar pensando em como o passado foi bom? Também, afinal intercâmbio é algo grandioso, para muitos um sonho, para tantos outros uma aventura…  E para os conservadores, até uma loucura! Mas se este foi um sonho, uma aventura, qual é o próximo? O que vem depois?

Depois de tanto tempo fazendo tanta coisa, conhecendo tanta gente, vendo de tudo, pensando e remoendo cada sentimento, vem o desafio de voltar para algo que não mudou, o que pode ser um choque grande, depois de tanta novidade. Pra mim, além de ter mudança do meu lado, tiveram mudanças severas do lado de lá! É, pode acontecer, só pra facilitar ainda mais as coisas.

Arrumando as malas…

Se uma das coisas mais legais ao chegar é arrumar uma casa e finalmente se instalar lá (pôr roupas no armário, fazer as primeiras compras, etc), com certeza a parte de abandonar isso também é uma das mais complexas. Todos falavam “janeiro é o pior mês para alugar a casa”… Ufa, verdade, foi só na última semana que consegui pretendentes e finalmente fechei com novos inquilinos para minha vaga na casa.

O primeiro sentimento foi “ufa, meu dinheirinho de volta” (quando você aluga uma casa em Dublin, precisa fazer um depósito de 1 ou 2 meses aluguel na conta do locatário). Mas, logo que o alívio financeiro passou, caiu a ficha “não tenho mais casa”. Ai eu olhei ao redor, sentei… fiquei um tempo sem conseguir pensar em muita coisa, um apeeeerrrrto no coração. A casa, os flatmates, e as novas moradoras merecem uma festinha aqui, foi a conclusão… Foi a tentativa de estender, e abrilhantar ainda mais o lugar onde passei tanto tempo e aprendi tanta coisa.

Fazer as malas de volta. Jogar aquela jaqueta velha fora, colocar a jaqueta nova no lugar. Ver umas camisetas encardidas (a gente aprende que as vezes a máquina não faz todo o trabalho), meias furadas, tênis rasgado (afinal, anda-se muito para economizar um pouco). Olhar aquele monte de roupa que você nunca usou (no caso da Irlanda, basicamente bermudas e regatas hehe). Algumas que acompanharam em momentos mais especiais… Guardar cada souvenir comprado ou ganho na Irlanda ou em outros países.

Pedir as contas ou não pedir do trabalho de garçom? Que dia pedir? Essa doeu também! Fiquei pensando o melhor dia para fazer… mas não porque precisa do trabalho até o último dia, mas porque é difícil mesmo deixar pra trás e falar “não quero mais”. São nos momentos de “despedida” que a gente resolve querer aquilo pra sempre… Mas o sentimento passa, ser garçom não é o que eu queria quando cheguei, mas foi bom, me desafiou… mas eu já tinha tido minha dose naquele momento.

O último sentimento…

Eu e o Nial, meu Housemate Irlandês, no Intercâmbio em Dublin.
Eu e o Nial, meu Housemate Irlandês, no Intercâmbio em Dublin.

É um turbilhão de coisas… se despedindo de tudo e principalmente de todos que fizeram a estadia tão importante. Pensando nas coisas e pessoas que ficaram no Brasil e que me esperavam. Presente pra quem? Puts, eu ainda precisava planejar meu mochilão (no meu caso, mochilinha) para a Argentina.

Em fevereiro de 2009 abandonei solo Irlandês rumo ao solo Brasileiro novamente, de forma oficial, definitiva, e ao mesmo tempo temporária. Voltei a tempo de passar o carnaval com os amigos. Tomar banho de cachoeira. Fazer / comer churrasco. Dirigir. Abraçar meus pais e irmãos. Beijar meus idosos: avó e cachorro =o).

Será que alguma coisa tinha mudado no Brasil que deixei? Eu estava certo que não (e não tinha mesmo), mas tinha certeza que para mim tudo vai teria mudado, como se no escuro vestisse óculos de visão noturna e tudo ficasse verde. Verde porque era de esperança, pois naquele momento eu sabia, existem coisas diferentes, melhores (e também piores), e tudo depende do nosso querer.

É o sentimento de otimismo, ao ver que o mundo tem infinitas possibilidades e se transforma.

Thanks Barry - my ex-housemate in Dublin
Thanks Barry – my ex-housemate in Dublin

 

Homero Carmona

Blogueiro desde 2008, ano em que fez seu primeiro intercâmbio e começou a viajar por aí! Atualmente coleciona mais de 40 países no seu passaporte e sonha conhecer todos os 200 e poucos por este mudão a fora... Seu hobby é fazer com que mais gente viaje, todo dia, cada dia mais!