Diferenças entre Inglês Britânico e Americano. Muito mais que sotaque!

Você sabe a diferença entre inglês britânico e americano? Embora seja comumente associada ao país norte-americano, a língua inglesa tem origem na Europa e, tal qual o português de Portugal e o português do Brasil, o inglês americano e o britânico têm diferenças que extrapolam apenas o sotaque.

Ficou curioso? Continue lendo e tire as suas dúvidas agora mesmo!

Inglês britânico: Um pouco de história…

De fato, os britânicos introduziram a língua nas Américas quando chegaram a essas terras entre os séculos 16 e 17. Naquela época, a grafia ainda não havia sido padronizada.

Desse modo, foi preciso escrever os primeiros dicionários para definir como essas palavras seriam grafadas.

No Reino Unido, o dicionário foi compilado por estudiosos que moravam em Londres, enquanto nos Estados Unidos, o lexicógrafo era um homem chamado Noah Webster.

Supostamente, ele mudou a forma como as palavras foram soletradas para tornar a versão americana diferente da britânica, especula-se que isso ocorreu como uma forma de mostrar a independência cultural de sua pátria.

Em termos de linguagem, as diferenças entre o inglês americano e o inglês britânico na verdade ocorreram depois que os primeiros colonos chegaram à América. Isso porque esses grupos falavam usando o que se chama, em fonética, de fala rótica, em que os sons ‘r’ das palavras são pronunciados de forma mais acentuada.

Enquanto isso, as classes mais altas no Reino Unido queriam distinguir a maneira como falavam das massas comuns, suavizando a pronúncia dos sons do ‘r’.

Como a elite, mesmo naquela época, era considerada o padrão para estar na moda, outras pessoas começaram a copiar sua fala, até que acabou se tornando a forma comum de se falar no sul da Inglaterra. 

Vocabulário

inglês britânico

A diferença mais notável entre o inglês americano e britânico é o vocabulário.

Desse modo, existem centenas de palavras do dia a dia que são diferentes. Por exemplo, os britânicos chamam a frente de um carro de bonnet, enquanto os americanos chamam de hood.

Os americanos vão em vacations, enquanto os britânicos em holidays ou hols. Os nova-iorquinos vivem em apartaments; enquanto os londrinos vivem em flats.

Outro exemplo corriqueiro muito comum em termos de vocabulário, é que o norte-americanos usam pants, ao passo em que ingleses vestem trousers.

Enfim, existem muito mais exemplos do que podemos citar, mas, felizmente, a maioria dos americanos e britânicos geralmente conseguem entender o significado por meio do contexto da frase.

Substantivos coletivos

Existem algumas diferenças gramaticais entre as duas variedades de inglês.

Vamos começar com substantivos coletivos: Usamos substantivos coletivos para nos referirmos a um grupo de indivíduos.

No inglês americano, os substantivos coletivos são singulares. Por exemplo, staff se refere a um grupo de funcionários; band refere-se a um grupo de músicos; team se refere a um grupo de atletas. Desse modo, os americanos diriam: “The band is good”.

Mas no inglês britânico, substantivos coletivos podem ser singulares ou plurais. Você pode ouvir algum britânico dizer: “The team are playing tonight” ou “The team is playing tonight.”, de modo que enquanto o verbo are está no plural, o verbo is está no singular.

Verbos auxiliares

Outra diferença gramatical entre o inglês americano e britânico está relacionada aos verbos auxiliares.

Isso porque os verbos auxiliares, também conhecidos como verbos de ajuda, são verbos que ajudam a formar uma função gramatical.

Eles “ajudam” o verbo principal adicionando informações sobre tempo, modalidade e voz, assim como no português!

Um dos verbos auxiliares que os britânicos costumam usar com muita frequência é o verbo shall, que é usado para expressar o futuro.

Por exemplo, “I shall go home now.” Os americanos sabem o que significa, mas raramente o usam em uma conversa, pois, em território norte-americano, trata-se de uma expressão mais formal. Os americanos provavelmente usariam “I will go home now.

Em forma de pergunta, um britânico pode dizer: “Shall we go now?” enquanto um americano provavelmente diria: “Should we go now?”

Quando os americanos querem expressar uma falta de obrigação, eles usam o verbo auxiliar do com negativo not seguido de need.

You do not need come to work today.” Já os britânicos eliminam o verbo auxiliar e contraem o not, desse modo, ficaria: “You needn’t come to work today.

Verbos no passado (past tense)

Você também encontrará algumas pequenas diferenças com formas anteriores de verbos irregulares.

O passado de learn em inglês americano é learned. Enquanto o inglês britânico tem a opção de learned ou learnt. A mesma regra se aplica a dreamed e dreamt, burned e burnt, leaned e leant.

De modo geral, podemos dizer que em relação aos verbos no passado, os americanos tendem a usar a terminação –ed, enquanto os britânicos tendem a usar a terminação -t.

Na forma de past participle, os americanos tendem a usar a terminação –en para alguns verbos irregulares.

Por exemplo, um americano pode dizer: “I have never gotten caught” enquanto um britânico diria, “I have never got caught.”

Os americanos usam tanto o got quanto o gotten no particípio passado, ao passo em que os britânicos só usam o got.

Mas, de modo geral, não é necessário se preocupar muito com essas pequenas diferenças past participle de verbos irregulares. Isso porque pessoas em ambos os países podem entender facilmente as duas formas, embora os britânicos tendam a pensar que o modo americano é incorreto.

Tag questions

Jovem estudante em dúvida
Jovem estudante de inglês em dúvida

Uma pergunta de tag – ou tag question – é uma forma gramatical que transforma uma afirmação em uma pergunta. Por exemplo, “The whole situation is unfortunate, isn’t it? (A situação toda é lamentável, não é?) ou “You don’t like him, do you? (Você não gosta dele, não é?).

A tag inclui um pronome e sua forma correspondente do verbo be, have ou do.

Essas frases incentivam o interlocutor a responder e concordar com o falante.

Os americanos também usam as tag questions, mas com menos frequência do que os britânicos.

Ortografia

Existem centenas de pequenas diferenças de grafia entre o inglês britânico e o americano.

Como mencionado no início do texto, você pode agradecer ao lexicógrafo americano Noah Webster por isso.

Uma boa dica para verificar essas diferenças é recorrendo ao dicionário que leva seu nome.

Noah Webster, autor, político e professor, iniciou um esforço para reformar a ortografia do inglês no final do século XVIII pois estava frustrado com as inconsistências na ortografia em inglês.

Você pode ver o legado de Webster na grafia americana de palavras como color (de colour), honor (de honour) e labor (de labour). Webster retirou a letra u dessas palavras para fazer a grafia corresponder à pronúncia.

Algumas outras ideias de Webster falharam, como uma proposta de grafar o termo mulheres como wimmen.

Mas, desde a morte de Webster em 1843, as tentativas de mudar as regras de ortografia no inglês americano não deram em nada.

Conclusão

O inglês britânico e o inglês americano têm muito mais semelhanças do que diferenças.

Mas, de modo geral, se você consegue entender um, certamente conseguirá entender o outro, embora a pronúncia possa dificultar um pouco para quem ainda está se familiarizando com a língua.

Com exceção de alguns dialetos regionais, a maioria dos britânicos e americanos podem se entender sem muita dificuldade.

No Brasil, a maioria dos cursos de inglês ensinam a variedade norte-americana, mas também há as opções de instituições britânicas, e cada uma delas respeita a cultura de cada país, já que cada um carrega sua história, seus hábitos e, claro, suas variações linguísticas.

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