Meu intercâmbio na Holanda: uma jornada incomum e desconfortável

Meu intercâmbio na Holanda, feito completamente de maneira independente e sob medida, foi um divisor de águas para mim.

Eu tinha basicamente dois objetivos: ter uma capacitação formal ou certificação em alguns temas de negócio de meu interesse; e conhecer um pouco mais do dia-a-dia das empresas de tecnologia.

Toda a jornada começou escolhendo o destino, e Amsterdam surgiu com uma excelente opção, pela quantidade de cursos e pela emergência do cenário de tecnologia na país. Depois descobrir que a Holanda tem se tornado um dos principais destinos para empresas “fugindo” do Reino Unido após o Brexit. Aumentando o calor do mercado no país.

Aqui já vai a primeira dica: se você está pensando em sair do Brasil para trabalhar fora e tem nível de inglês razoável, a Holanda é um destino com MUITA oportunidade. Principalmente para profissionais de tecnologia.

Antes de entrar no detalhe do meu dia-a-dia nesta semana de imersão, vale alguns resumos introdutórios:

Dia-a-dia do intercâmbio de 1 semana na Holanda

Nos 5 dias úteis de viagem, basicamente:

  • 2 dias em um curso de capacitação formal em Growth Hacking (mais detalhes abaixo) pela Growth Tribe.
  • 3 dias encontrando pessoas e fazendo conexões de networking
  • Na parte da noite, quando possível, participei de Meetups, mas sempre privilegiei os contatos um-a-um. Neste sentido, acabei participando apenas de 3 meetups, as outras 2 noites tive mais cafezinhos
Meetup de IA para Marketing Digital no Growth Tribe Connect, na Holanda
Meetup de IA para Marketing Digital no Growth Tribe Connect, na Holanda

Principais aprendizados e atividades

  • Curso de Growth Hacking, que é a combinação de métodos ágeis + marketing digital + analytics para crescer rapidamente uma empresa, principalmente startups de SaaS (Dias 4 e 5). Muito interessante para conhecer o método, descobrir ferramentas para facilitar a aplicação e ter uma visão de como acelerar resultados.
  • Meetup sobre Inteligência Artificial aplicada ao Marketing, em que conheci algumas ferramentas e métodos para tratar o tema (Dia 3)
  • Meetup de UX (Experiência do Usuário) em que falamos um pouco sobre ética na criação de experiência para o cliente e também conheci mais sobre o mercado de trabalho neste segmento na região (Dia 2)
  • Visita ao escritório do Booking.com (Dia 2)
  • Reunião com um Gerente Sr de Produtos da área de novos negócios do Booking.com, em que pude conhecer mais do dia-a-dia e da estrutura da empresa em um ambiente totalmente focado em testar e aprender rapidamente, com volumes colossais (Dia 2)
  • Reunião com um Engenheiro de Software da área de infraestrutura da Uber, em que pude entender melhor o modelo operacional e o foco da área. Descobri o “Developer Experience” em algum detalhe. (Dia 1)
  • Reunião com o ex-Gerente Sr de Produtos da OLX Holanda, em que pude conhecer mais da estrutura em funcionamento da empresa, mas principalmente aprender sobre a cultura e dinâmica do mercado de trabalho holandês. (Dia 2)
  • Reunião com um Gerente de Customer Success de uma empresa de plataforma de gestão de APIs, com quem aprendi um pouco mais sobre a abordagem deles sobre o tema e a dinâmica de CS em uma Startup (Dia 5)
  • Reunião com uma Gerente de Conteúdo de uma TravelTech, em que pude aprender mais sobre a criação e gestão de conteúdo para uma empresa B2B (Dia 4)

Brevemente, o planejamento deste intercâmbio de negócios 

Eu já falei com mais detalhes em outro post, mas vale relembrar que tudo que fiz foi por conta própria. Ou seja, não contratei nenhuma agência nem especialista para me ajudar.

Outra coisa é que TODOS meus cafezinhos de networking foram agendados “na raça”. Eu não conhecia previamente ninguém que eu conversei. Todos eles eu mandei mensagens no Linkedin pedindo um momento na agenda. Alguns eu tinha amigos em comum, mas a maioria foi completamente no escuro.

Recepção do Booking.com, aguardando para a visita de negócios e café no Intercâmbio na Holanda
Recepção do Booking.com, aguardando para a visita de negócios e café no Intercâmbio na Holanda

Os Meetups eu procurei sempre no Meetup.com e no Eventbrite. Eu achei outros sites, mas basicamente tinha os mesmos eventos. Vale a pensa ver os eventos no Facebook também.

Estes mesmos caminhos servem para encontros que não são de negócios, podem ser de gastronomia, exercícios em grupo, conversação, degustação de vinho, café, queijos ou outras coisas… Enfim, tem de tudo!

Agora vamos ao que interessa!

Dia 1 – Uber e Meetup #1

Café com Networking

Minha primeira atividade deste intercâmbio atípico foi tomar um café com um Engenheiro de Software da Uber. Logo na chegada, descubro que ele faz parte de um time de infraestrutura de software, ou seja, um ambiente ainda mais desconhecido e interessante para mim.

A conversa que durou pouco mais de 1 hora, foi de absoluto aprendizado, em vários sentidos.

Eu tinha preparado algumas perguntas para “conduzir” a conversa, mas logo caiu por terra por perceber que o conhecimento dele tinha algo para ensinar que nem sequer estava no meu campo de visão. Portanto, minhas perguntas se tornaram logo de cara inúteis. O que também não foi um problema.

Para dar um exemplo, de cara, fui apresentado ao conceito de “Developer Experience” (experiência do desenvolvedor)… Faz todo sentido para mim que trabalho com “Customer Experience” (experiência do cliente), mas estava fora do meu campo de visão e fora do meu “questionário”.

Outra coisa que foi muito marcante para mim, foi falar sobre autonomia no trabalho. Sempre tenho discussões sobre o assunto, em diversos foruns, mas finalmente consegui entender um pouco melhor como isso funciona na prática para um time realmente maduro. É tão simples quanto o conceito do Steve Jobs, conhecido pela frase: “não faz sentido contratar pessoas espertas e dizer para elas o que fazer; nós as contratamos para elas nos digam o que fazer”.

Tão fácil e óbvio quando dito… Tão difícil na prática com os sistemas corporativos atuais de comando e controle que ainda imperam na graaaande maioria das empresas.

Outro aprendizado, relacionado à isso, foi a questão dos famosos OKR’s (objectives and key results), que segue o mesmo caminho. Empresas, através de seus comandantes, “martelam” resultados esperados e eventualmente desdobram em OKRs. Mas será que fazem um “reality check” antes ou seguem a lógica do “não quero saber se o pato é macho, quero é ver o ovo”?

No meio disso tudo, empresas querendo ser ágeis e crescer rapidamente. Porém, na prática, sendo lentas e criando contradições que geram “deadlocks” (travamentos), pois metas e processos não se conversam.

Principal aprendizado: Empresas que estão fazendo a diferença e ganhando notoriedade, como a Uber, conseguem fazer um bom balanceamento entre diretrizes e autonomia.

Meetup #1 – Dianética

O Meetup que era minha primeira opção para a noite foi cancelado e então fui para a segunda: “A Anatomia da Auto-confiança“. Apesar do nome parecer de auto-ajuda (e tem muito a ver), o assunto conectou muito com coisas que venho estudando recentemente.

Três livros que li recentemente e recomendo, são: O Poder do Hábito; O Poder da Persuasão; e Hooked, falam, em diferentes contextos, como o cérebro funciona e como utilizar esta informação.

Neste evento* (mais sobre isso depois), falou de enagramas e a influência delas nas nossas decisões e no nosso comportamento, que é majoritariamente “irracional”. E o método para resolver este problema, chamado Dianética.

Sem querer falar os detalhes, fez todo sentido para mim e somou mais um pedaço de informação sobre comportamento humano – assunto que decidi aprofundar mais este ano.

*Sobre o “evento”: não foi um meetup, foi uma sessão de vídeo de quase 1 hora, seguido por um papo de 30 minutos com um especialista. O papo foi bom, apesar de ele querer me vender uma sessão de “dianética”. Saí feliz com o conteúdo, mas frustrado com o formato.

Dia 2 – Café e Meetup #2

Este foi, provavelmente, o dia mais rico do intercâmbio na Holanda.

Booking.com

O segundo dia começou animado com uma visita ao escritório principal do Booking.com. Fui recebido por um gerente de produtos sr, da divisão de novos negócios. O papo e o tour de 1 hora foi espetacular. 

Falamos um pouco do background de cada um de nós e então entramos um pouco mais no dia-a-dia da Booking.com. 

Pelas pesquisas que eu fiz anteriormente, conseguia já imaginar algumas coisas, de como a estrutura funcionava, mas nada como um “insider” explicando tudo.

Um resumo das principais aprendizados:

  • A empresa roda mais de 1000 testes A/B simultâneos!!! É muita coisa e só é possível pelo volume de visitas e pela robustez da plataforma
  • Estrutura está dividida no Core Business e Novos Negócios. Parece obvio, mas as empresas muitas vezes teimam em não criar este tipo de divisão.
  • Algo que eu já sabia de outras fontes, mas que é curioso de maneira geral. Apesar das estruturas serem lideradas por “Gerentes de Produto”, normalmente eles cuidam de um componente ou funcionalidade, e não de um produto. Por exemplo, um gerente de produtos e seu squad, cuidam da função de busca do site. O outro, da página de check-out. Outro, da área de escolha de quartos, e assim por diante.
  • Outra coisa que já era de se esperar é que usam muita inteligência artificial e baseiam tudo que fazem em dados. IA é utilizado, por exemplo, para criar as descrições dos hotéis (são mais de 2 milhões afinal). E tudo que você faz no site, é controlado… Não a toa você recebe emails e mensagens sobre as buscas que você fez

Apesar de rápida, a visita me trouxe uma clareza enorme para algumas coisas. Ao mesmo tempo, me deixou com aquele incomodo bom de quem aprendeu muito e ainda vai precisar de um tempo para digerir tudo.

Café com Networking 2

Na parte da tarde, encontrei um cara que era gerente de produtos na OLX. Neste segundo cafezinho, o papo foi mais sobre cultura das empresas e do mercado de trabalho, do que falando dos detalhes de um lugar ou de outro.

A parte interessante foi saber que boa parte dos contratos de trabalho na Holanda são temporários. Outra parte legal, foi entender que o networking é um pouco mais “travado”… ou seja, não vá esperando que qualquer um vá te indicar, precisam te conhecer e confiar de verdade no seu trabalho.

Por outro lado, se você for cara de pau e ir atrás, as portas estão mais abertas e te tratarão com mais respeito que no Brasil.

Este cara que conversei, ele foi para a Holanda passar um mês de férias e tentar arrumar algo. Mandou CVs, bateu de porta em porta, ligou, foi atrás e conseguiu uma vaga em uma Startup, antes de ir parar na OLX. 

O papo foi tão bom que ficamos até as 20h conversando. O local (Waterkant) também ajudava, além do clima espetacular que estava fazendo.

Meetup #2 – Ladies that UX

A última atividade do dia era participar de um Meetup das “Ladies that UX”  . Porém, depois de estender muito o papo no cafezinho, cheguei no final da palestra. 

Entretanto, o mais importante é sempre o Networking e a troca de experiências pessoais. 

A palestra terminou as 21h, mas fiquei até quase 22:30 conversando com um monte de gente, incluindo a palestrante. 

O tema da palestra era sobre “tecnologia não intrusiva” que é algo que eu venho estudando com bastante preocupação. Muita gente e empresas estão usando conhecimento sobre o funcionamento do nosso cérebro somado à tecnologia para nos manipular e viciar. Até por isso toda a preocupação do GDPR (Regulação de proteção de dados).

Conversei com a palestrante sobre isso, fiquei muito feliz e aliviado em saber quem tem gente do meio de tecnologia olhando para isso e pensando como podemos voltar a um caminho melhor.

Conheci gente também tentando entrar no mundo de UX (user experience). Se o mercado está aquecido para desenvolvedores front e back-end em Amsterdam, aparentemente para UX a briga está um pouco mais acirrada. Ou pelo menos pareceu pelo papo que tive lá.

Para fechar com chave de ouro, vim no metro com uma romena louca que nem eu. Falamos sobre manipulação, aquecimento global e outras coisas… Excelente discussão!

Cheguei em “casa” cansado e com uma baita sensação de dever cumprido! 🙂

Refeitório e área de convivência no Booking.com - Intercâmbio de Negócios na Holanda
Refeitório e área de convivência no Booking.com – Intercâmbio de Negócios na Holanda

Dia 3 – Startup Village + Meetup de IA aplicado ao Marketing

Startup Village 

Encontrei pelo Facebook um “Office Open Hours” de uma Venture Capital (investidora de Startups) e fui lá conferir. 

Eu esperava algo bastante diferente, mas a minha surpresa foi tão grande quanto o aprendizado.

O Startup Village é uma área construída para UvA (Universidade de Amsterdam) para abrigar startups. Uma vila feita com vários escritório-containers com algumas empresas. Foi lançado há menos de 1 ano e por isso ainda está em expansão.

A parte mais legal foi, como sempre, a conversa com o cara da Venture Capital.

Aí vem a surpresa…

Esta Venture Capital é completamente diferente de todas as outras, por uma série de razões:

  • Foca em empreendedores ainda estudando, ou recém graduados
  • É gerenciada totalmente por estudantes e recém graduados, que mudam anualmente, mas que tem total autonomia para tomar as decisões
  • Investem sempre, apenas, 25 mil euros como “pré-seed”

Segundo o Dominique, holandês-americano que conversei, a ideia foi importada de outros lugares como EUA e Finlândia e está sendo adaptada.

Mas isso explica muita coisa…

Amsterdam está se tornando a principal cidade de tecnologia na Europa, por conta também deste tipo de iniciativa. É uma questão de mercado, mas é também uma questão de políticas públicas.

Além disso, com o Brexit, o que está acontecendo é que muitas empresas que estavam no Reino Unido estão indo para a Holanda onde o ensino é bom, o inglês é falado por todos e a oferta de profissionais é boa.

Meetup – Growth Tribe Connect sobre IA em Marketing Digital

À noite, participei do Meetup da Growth Tribe, que é uma empresa de educação focada em Growth Hacking, Marketing Digital e seus correlatos. 

A primeira palestra foi do Head de Analytics deles, coincidentemente, um brasileiro. 

Apresentação excelente, da qual eu sai com vários insights, principalmente em relação à tecnologias que podem me dar possibilidade fazer coisas que aparentemente seriam apenas para grandes empresas. E poderei usar aqui no Intercâmbio & Viagem.

Uma outra coisa legal que ele falou, é que nestes Meetups eles apresentam coisas mais legais. Parece óbvio né? Mas a estratégia é mais ou menos esta:

  • No canal do youtube e outros canais, eles dão informações relevantes
  • No Meetup, presencialmente, eles passam informações adicionais e reforçam que isso “nunca será público”, para te dar o senso de exlusividade.
  • E principalmente para você pensar: “caramba, então imagina o que estes caras apresentam no curso!!!” (é o que eu descobri no dia seguinte)

A segunda palestra, foi de uma startup/agência de Marketing Digital holandesa. Apesar do apresentador ser bastante confuso, consegui aprender bastante com ele, principalmente em como gerar novos conteúdos.

  • Algumas dicas de como usar o Hubspot
  • SEO focando em Topics / problemas do usuário em vez de palavras chave

Por fim, teve pizza, cerveja, café, chá, cookies e, o principal da minha viagem: NETWORKING

Conversei com algumas pessoas, todas elas envolvidas no mundo startup, growth, tecnologia. Nenhuma delas da Holanda! Uma russa, um alemão, um italiano, um lituano e assim por diante… 

Mais um dia de muito aprendizado!!!

https://www.instagram.com/p/BuauSKqhJAg/ 

Dias 4 e 5 – Cafezinhos

Nos últimos 2 dias, vou contar a história um pouco diferente. Primeiro falando dos cafezinhos, depois do curso separadamente.

Café com Content Manager

O cafezinho da quinta-feira foi com uma Content Manager de uma Startup de TravelTech, que vivia um contexto bastante específico: há 2 dias, ela tinha sido informada que a Startup havia falido e fecharia as portas.

Por competência e um pouquinho de sorte também, uma outra empresa deve assumir os “restos mortais” da Startup e já demonstraram interesse em continuar com ela. 

Enfim…

Falamos sobre Gestão de Conteúdo de maneira geral e fiquei feliz em conhecer um pouco mais do trabalho dela. 

Aliás, nos cafezinhos, nos cursos e meetups, ficou notório o quanto se preocupam com o “copywriting“. Empresas cada vez mais estão buscando escrever de uma maneira muito específica para tipo de pessoa, para cada perfil psicológico ou para cada “Persona”.

A diferença no texto as vezes é sutil, mas o impacto é enorme.

Estamos falando de conteúdos no email, em um SMS, no comportamento de um chatbot, nos textos de um website e assim por diante.

Uma conversa muito legal, pois além de gostar de escrever (assim como eu aqui no Intercâmbio & Viagem), é uma viajante de mão cheia que já pisou nos 7 continentes! 

Ah… não posso esquecer das comidas de boteco que pedimos no Pub Langendijk, um espetáculo.

Café com Customer Success Manager

Sei que esta é uma função relativamente nova e que no Brasil ainda tem muita gente apanhando para entender e fazer direito. 

Um gerente de Sucesso de Cliente, tem a função de garantir que o cliente que comprou o serviço, receba o valor e alcance seus objetivos.

Pode ser algo “simples” e massificado como um gerente do Spotify que precisa garantir que você vai conseguir instalar o App, ouvir as músicas, criar playlists etc. Como pode ser algo complexo como o caso do Tom.

Ele trabalha em uma empresa de Tecnologia (eventualmente uma Scaleup), que oferece software para integração tecnológica, ou seja, fazer dois sistemas se conversarem.

Na conversa com ele, mais do que entender melhor o dia-a-dia de um cara de Customer Success, consegui entender melhora dinâmica de uma Startup na Holanda.

O cara tem este “cargo”, mas na prática, joga nas 11! Por vezes ataca de vendedor, por outras está garantindo que um problema será resolvido a tempo de não impactar um cliente.

Outra coisa que falamos, foi a importância da liderança. Segundo ele, há 2 anos entrou um novo diretor de estratégia e marketing e o cara está fazendo a diferença com três ações simples, mas que deixamos escapar: foco, pragmatismo e exemplo.

A gente pode pensar que isso é o que as Startups precisam, mas na prática, é isso que qualquer empresa e qualquer PESSOA precisa. 

Era visível o ânimo dele com a nova fase.

Principais conclusões destes 2 cafezinhos

Estamos em um momento de grande “fascinação” pela forma de trabalho das startups de sucesso. Porém, a maioria delas não segue adiante e quem está no barco que afunda, precisa ter forças para nadar e continuar rapidamente, assim como minha nova amiga.

A outra coisa, é como a gente ouve o “ideal”, mas na prática, a vida é bem mais complicada. Falam por aí de squads de time ágil, times de growth etc. Mas mesmo nos lugares que pareciam mais óbvios que estariam usando as melhores práticas, isso não era real. Por questões financeiras ou falta de interesse mesmo.

Isso porque é difícil para todo mundo, apesar de parecer sempre que a grama do vizinho é mais verde!

Dias 4 e 5 – Curso de Growth Hacking

Este curso da Growth Tribe foi um grande incentivo para eu escolher Amsterdam como destino para este pequeno e estranho intercâmbio!

Mas antes de qualquer coisa, vamos algumas explicações:

O que é Growth Hacking?

É uma prática que associa Marketing Digital, UX, Analytics à métodos ágeis com foco em acelerar o crescimento das empresas

Quem é a Growth Tribe?

Não é nenhuma grande empresa do mercado… Na verdade, é ainda uma pequena empresa que viu a oportunidade ser uma formadora de Growth Hackers, visto que Amsterdam e outros lugares estavam babando por estes profissionais, que são escassos. 

Eles acharam um nicho em Amsterdam e agora estão expandindo… Tanto em tipos de curso, como em localidades em que o conteúdo é ensinado.

Agora sim: meus aprendizados e percepções

O curso se passa em cima do método GROWS, criado pela própria Growth Tribe.

A estrutura em si e a forma como conduziram o curso, achei muito apropriada, fazendo a turma passar por cada uma das etapas do método. O conteúdo é bom, porém senti falta de interatividade dentro do grupo. Os exercícios eram feitos de forma individual e não havia muita discussão.

Em outro curso de 2 dias que fiz, foi mais mão na massa e saí com uma percepção melhor.

Algo interessante foi que mostraram muito conteúdo e muitas ferramentas para que pudéssemos usar no dia-a-dia. Confesso que muitas das ferramentas e bibliografias eu já conhecia, o que me gerou sentimentos mistos.

Por um lado, fiquei feliz em ver que estou no caminho certo nos meus estudos por conta. Por outro, um pouco frustrado de já conhecer muito do conteúdo e talvez ficar com a sensação de que eu esperava que o curso acrescentaria mais para mim =/

Apesar de eu esperar algo mais prático e, portanto, mais profundo, se eu observar o público, não tinha como ir muito mais além em 2 dias.

Era um público bastante misto, que incluía pessoas já inseridas no tema, assim como eu, mas haviam outras que decidiram fazer o curso para entender do que se tratava Growth Hacking. Para se ter uma ideia, tinha um cara que era “Lobista”, uma outra trabalhava organizando eventos e uma terceira pessoa trabalhava em uma fundação.

Se por um lado isso talvez reduziu a profundidade do conteúdo, por outro foi um ótimo benchmark para saber como estão pretendendo usar a abordagem de Growth Hacking em outros contextos.

Conclusão sobre o curso

Curso de Growth Hacking na Growth Tribe no meu intercâmbio de negócios em Amsterdam
Curso de Growth Hacking na Growth Tribe no meu intercâmbio de negócios em Amsterdam

No primeiro dia, o conteúdo e a dinâmica foi bem devagar. No segundo, a velocidade aumentou e ganhamos mais profundidade na execução, que é o que mais me importava!

No geral, foi ótimo para eu organizar as ideias e me sentir preparado e motivado para agir! Apesar de eu já saber várias coisas, muitas delas eu tinha dúvida de como eu colocaria em prática, ou se era uma hipótese válida.

Saí do curso muito mais confiante e o melhor, já com uma nova estratégia rodando, que o insight veio durante o curso! 🙂

https://www.instagram.com/p/BuZLUoNBKNe/ 

Conclusões do meu mini intercâmbio na Holanda

Objetivo e missão mais que cumprida.

  • Fiz o curso que queria e que já está me trazendo os primeiros resultados (saí do curso com uma nova estratégia que já sendo testada)
  • Tive 6 cafés com Networking que abriram minha visão para diversos temas
  • Participei de 3 meetups, que geraram ainda mais networking e aprofundaram conhecimentos relevantes

Acredito que poderia ter feito algumas coisas para que fosse ainda mais rico. A abordagem que criei no Linkedin para abrir as portas não funcionou de cara e tive que ajustar até conseguir as primeiras respostas, mas até aí eu já tinha queimado algumas fichas.

O principal aprendizado foi que a abordagem pessoal em vez da corporativa funciona melhor. Ou seja, quando eu parei de falar que queria conhecer a empresa e comecei a enfatizar a pessoa, as respostas começaram a chegar.

Com certeza, uma viagem que vai ficar marcada, tanto pelos aprendizados neste mini intercâmbio de negócios, como o tour pelos confins da Holanda.

Homero Carmona

Blogueiro desde 2008, ano em que fez seu primeiro intercâmbio e começou a viajar por aí! Atualmente coleciona mais de 40 países no seu passaporte e sonha conhecer todos os 200 e poucos por este mudão a fora... Seu hobby é fazer com que mais gente viaje, todo dia, cada dia mais!

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